quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Palavras Invisíveis


Chega um tempo em que as palavras somem.
É quando você se sente cansada.
É quando você já não tem mais forças.
É quando você não sabe mais o que fazer
Talvez porque não haja nada a ser feito.
E você sabe que já tentou demais.
E seus recursos se esgotaram.
E todo esforço parece inútil.
E não há sinal que você possa emitir
Que possa ser entendido onde quer que seja.
Como a mensagem numa garrafa
Que viaja pelos mares
Mas ninguém vai encontrar.
Como um S.O.S na areia
Que ninguém consegue enxergar.
Então você se cansa de esperar
Aquelas cartas que nunca vão chegar.
Você se cansa de tentar.
Você se cansa de acreditar.
Você simplesmente se cansa.
É quando você queria ter algum lugar
Pra ir embora, sem deixar rastros.
É como se quisesse se despir dessa vida
Pra vestir  outra em qualquer lugar.
Seriam as desistências atos de covardia?
Seriam elas assumir uma derrota?
Ou seriam o mais sensato?
Um ato de coragem
Diante das decisões que imploram para ser tomadas,
Diante da inutilidade de andar em círculos?
O que sei é que gostaria
De voar pra tão longe
Que somente quem se importasse
Fosse capaz de chegar
E me encontrar.
E me alcançar.
E me acolher.
Me fazer acreditar
Que ainda existem respostas
Pra se buscar.
Que ainda existe uma causa
Pela qual lutar.
Que ainda existe um caminho
Pros meus pés cansados.
Que ainda existe uma cura
Pras minhas asas quebradas.

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