sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Dentro e Distante


E o doce veneno em teus lábios percorreu meu corpo
Adentrou mais do que deveria
Corre em minhas veias
Infiltrado no sangue da ferida aberta do meu coração
Independendo do meu querer
Passou a ser parte, virou arte, virou rima
Canção, poesia, nuvem que não se vai
E sinto em dizer isto a mim mesma,
Mas a culpa é minha- toda minha...
Que tenho a mania de plantar pessoas
No coração... pra que o tempo e as circunstâncias
Inevitavelmente as colham de mim.
E as raízes nunca ficam firmes...
E na metamorfose criam asas
E quase sempre voam pra longe
Longe demais pra vista alcançar
Longe demais pra que possam voltar
Longe demais...e só resta lembrar.


Música: HIM- Rip Out The Wings Of a Butterfly

4 comentários:

Jaime Guimarães disse...

É...isso de criar raízes e permanecer não vem sendo algo comum ultimamente. Lembro-me de Bauman e sua "modernidade líquida", da qual estes tempos são exatamente líquidos, tudo (relações, comportamentos, tradições, valores, etc) escorre, além da fugacidade.

Não creio que possamos definir ou apontar culpados, é um sintoma de nosso tempo e para que se possa evitar essa "banalização" ou fugacidade é preciso que as pessoas conservem, sim, suas essências, mas olhem juntos na mesma direção. E deixar de lado a história de Pigmalião!

Abs!

Rafael Rosa disse...

Mari!
Do jeito que escreve fico boqueaberto...sua escrita é dotada de uma criativa simplicidade...
Chega a ser genial.

=)
Muito bom te ler..

Abração!

A Desbocada disse...

Esse foi foda!!! DU CARALHO!

"Mas a culpa é minha- toda minha...
Que tenho a mania de plantar pessoas
No coração..."

É fica a frase para uma sexta...

Luzia Medeiros disse...

Dentro e Distante...uma realidade que vivo! Estou como seus versos, clandestina, registrando cada suspiro de dor ou de prazer, seja o que for, o que nos resta é escrever, descrever cada movimento dos nossos corações loucos e errantes mas que não cansam nunca de bater... (viu?! Saiu mais um rsrs) Adorei seu blog, seus sentimentos são muito familiares, suas angustias, mas vamos torcer para que a nossa proxima constatação seja de que tb nossas vitorias, e alegrias tb possam ser irmãs como nossas urgências e desassossegos... Vida longa a sa inspiração!!! Bjs Lu