segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Muito prazer,



Apresento minha face oculta:
Alma desnuda
Coração que pulsa
Dentro da armadura.

Peça vulnerável
Que a verdade corta
Que se faz  notável
E, se cedo ou tarde,
Já não mais importa.

Apresento um coração
Humano, visionário,
Verdadeiro...e otário.

Apresento uma pessoa...
Sim, uma "pessoa".
Não uma máquina.
Não um objeto.
Não manipulável.
Não descartável.
Apresento um coração
Que não se pode moldar
Que não sabe desprezar
Que não dá pra formatar
Que não aprendeu a deixar.

 Apresento um eu desconhecido
Um sensível enrustido
Que se encontra perdido
Que já devia ter esquecido.

Alguém que se arriscou
Que a si mesmo enganou
Que ainda assim, tentou
Que reconhece que errou.

Que se achou e se perdeu
Que falhou, mas aprendeu
E se por vezes se escondeu
Foi só porque se defendeu.



3 comentários:

A Desbocada disse...

Muito EMOCIONANTE o comentário do amigo acima... Nossa assim, poetico! Rsrsrs...

Gostei muitoooo do poema! Descreve todos nós seres humanos imperfeitos que tanto erramos e ainda assim nos achamos perfeitos...

Obs: Gostei muito da ilustração, parece um pouco comigo... Sério, vou copiar (roubar) de você! Rsrsrs...

Jaime Guimarães disse...

Quando li seus versos me lembrei de uns textos e de uma ideia meio "teimosa" que tenho de que todos nós utilizamos, de alguma forma, máscaras para representar certos papéis - mesmo contra a nossa vontade. Exemplo, um professor que precisa vestir uma máscara que vai de encontro ao "aparelho ideológico do estado" ( parece coisa de marxista, mas não subestime esse termo pomposo, ele existe rs) quando na verdade ele discorda de tudo aquilo. Mas o salário, o emprego...

E quando retiramos essas máscaras ou desnudamos certas convenções, as pessoas olham pra gente com uma cara estranha...tipo " nossa, como você tá diferente". Nada disso: me and myself! Isso costuma espantar alguns. Tática 1: rotular de louco, antisocial.

Mas o bom é quando nos descobrimos e olhamos pra valer no espelho e enxergamos finalmente quem somos. E os demais assim descobrirão.

Abs, Mari! =)

Alessandra Santos disse...

Fico tocada com seu estilo. Acho que já disse outrora que seus versos são muito bem feitos. Têm um ritmo e uma sonoridade muito bons.

A ideia que você desenvolve é ótima. Acho que todos nós vestimos máscaras algumas vezes, mesmo que elas não sejam propositais, sabe? Mesmo sem querer adquirimos disfarces. Pra nos proteger, pra não sofrer, pra parecermos melhores do que na verdade somos ou pra bancarmos os fortes... Outras vezes estas máscaras são colocadas por quem nos vê mesmo. A ideia que o outro faz de nós se baseia naquilo que ele vê, sente, lê, interpreta, mas tudo isso é relativo e subjetivo demais. O que se passa na cabeça do outro, muitas vezes, nem ele mesmo sabe.

Um grande beijo!